Marcas do silêncio

Violência Sexual contra crianças e adolescentes
UMA VIOLÊNCIA DEVASTADORA E UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR:
Toda e qualquer violência deixa marcas no psiquismo, no entanto, são ainda mais devastadoras quando tomadas pelo silêncio. E tais situações são mais comuns do que podemos imaginar, onde as vítimas do abuso sexual são obrigadas a silenciar as experiências traumáticas na qual estão sendo expostas, ou até mesmo e não menos grave, quando conseguem expor a alguém próximo de sua confiança a situação perturbadora, mas acabam sendo desacreditadas e até silenciadas por quem deveria protegê-las, tornando o trauma ainda mais doloroso.
Não podemos deixar de observar que essas violências são pautadas na ambivalência de pensamentos, ou seja, existe uma mistura de sentimentos no psiquismo das crianças e adolescentes, pois a maior parte dos casos de abuso sexual na infância e adolescência parte de pessoas que possuem ligação direta com as vítimas e que exercem algum tipo de poder/dependência sobre elas. Por vezes, os abusadores possuem laços de consanguinidade configurando a violência intrafamiliar.
“O silêncio é ensurdecedor e muitas vezes mais cruel que qualquer grito” Rubenita Simey
SEQUELAS CARREGADAS PELAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL
São inúmeras as sequelas deixadas por esta violência e que geralmente comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente e a sua subjetividade. Normalmente as vítimas de abuso e exploração sexual apresentam alterações comportamentais e desenvolvimento de quadros de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, comportamentos autodestrutivos ou sexualização precoce, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que causa sofrimento intenso e afeta várias áreas da vida do indivíduo.
A criança e adolescente sente seu corpo invadido, violado e pode apresentar diversos sintomas, tais como: angústia, sentimento de culpa, perturbações do sono, dores abdominais, automutilação, enurese (perda do controle da bexiga durante o sono), encoprese (um tipo de incontinência fecal), distúrbios alimentares, baixo rendimento escolar, agressividade, entre outros. A dissociação, caracterizada por um afastamento súbito da realidade e pela falta de compreensão sobre o que é ou não real, também é comum em casos de abusos frequentes com crianças, podendo resultar em problemas de socialização no futuro.
O QUE É O ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O abuso sexual pode ocorrer em várias idades e classes sociais, sendo considerada a mais grave das violências cometidas. Podemos definir o abuso sexual como uma relação adultocêntrica, marcada pela desigualdade de poder entre a vítima e o agressor. Precisamos ter consciência que o abuso sexual é caracterizado por um ato de natureza ERÓTICA, COM ou SEM contato físico, COM ou SEM uso de força, na qual o agressor domina a criança e/ou adolescente se apropriando de seu corpo e suas vontades, tratando-os como objetos de prazer e alívio.
MITOS E VERDADES
1.Mito: O agressor sexual de crianças e adolescentes é um PSICOPATA, um monstro.
2.Verdade: 85% a 90% desses agressores sexuais são pessoas CONHECIDAS: 30% são pais e 60% conhecidos da vítima e de sua família.
3. Mito: O abuso sexual de crianças e adolescentes é algo RARO.
4. Verdade: O fenômeno é mais COMUM do que se imagina. 01 (uma) em cada 03 (três) a 04 (quatro) meninas e 01 (um) em cada 06 (seis) a 10 (dez) meninos serão vítimas de alguma modalidade de abuso sexual até completarem 18 (dezoito) anos.
5. Mito: As crianças INVENTAM estarem sendo abusadas sexualmente.
6. Verdade: 92% FALAM A VERDADE. Apenas 8% inventam, sendo que ¾ das histórias inventadas são induzidas por adultos. Fonte: Azevedo e Guerra (2000)
7. Mito: A criança e o adolescente abusados sexualmente ESQUECERÃO A EXPERIÊNCIA sofrida. Basta não tocar no assunto. O tempo cura todos os males.
8. Verdade: Crianças e adolescentes que foram vitimizados sexualmente, devem receber AJUDA TERAPÊUTICA. Fonte: Kornfield (2000)
9. Mito: Quando a vítima NÃO esboça RESISTÊNCIA, não existe abuso sexual.
10. Verdade: A criança e o adolescente NUNCA devem ser CULPABILIZADOS. A reação da vítima depende do MÉTODO usado pelo agressor. Fonte: Cunha (2009)
O QUE DEVEMOS FAZER?
Esse silêncio que deixa marcas e permeia o tema torna difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real. Proteger as crianças e adolescentes é dever de todos nós. Para evitar essa consequência, precisamos romper com o ciclo de silêncio imposto pela violência:
- Converse com a criança, explique sobre os limites do seu corpo e incentive diálogos passando segurança, essas atitudes são fundamentais na prevenção de abusos.
- Rompa com o silêncio, conheça e reflita sobre o tema. Conhecer sobre o assunto é uma forma de prevenir o abuso sexual, onde o objetivo é a mobilização e conscientização de toda sociedade brasileira para o compromisso de proteção das crianças e adolescentes.
- Havendo alguma suspeita, não hesite, denuncie por meio do canal Disque 100, que funciona todos os dias da semana, por 24h, inclusive sábados, domingos e feriados.
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